GIANLUCA TOCCI (FLUMINENSE): “SER CAMPEÃO BRASILEIRO É A REALIZAÇÃO DE UM SONHO DE CRIANÇA”

Imagem: Diretoria Dadinho Fefumerj

O novo – e inédito – campeão brasileiro de futebol de mesa (regra Dadinho) fez história em Porto Alegre (RS): o garoto prodígio do Fluminense, Gianluca Tocci, de apenas 18 anos, tornou-se o mais novo entre os botonistas a terem conquistado o cobiçado título da competição, que reuniu 136 feras do esporte e foi disputada entre os dias 18 e 19 de outubro, no Grêmio Náutico União. Na final da Série Ouro, Gian venceu, por 2 a 0, ninguém menos que o experiente e multicampeão craque Paulinho Quartarone, também do Tricolor, que buscava o bicampeonato. Após jogar como gente grande na capital gaúcha, com sangue frio e muita concentração, ele conversou com a Fefumerj sobre sua histórica campanha.

1 – Campeão brasileiro de futebol de mesa (Dadinho) com apenas 18 anos de idade. Como você define seu feito?
Foi um feito realmente histórico, não imaginei que conseguiria conquistar esse título tão cedo. Desde o meu começo nas mesas, sempre sonhei ganhar um título desse patamar, dessa importância. Ser campeão brasileiro é a realização de um sonho de criança.

2 – Na decisão você encarou Paulinho Quartarone, um dos maiores craques do esporte, e que buscava o bicampeonato brasileiro. Como você define esse duelo na finalíssima?
Foi uma final complicadíssima, principalmente por ser contra um adversário do calibre do Paulinho Quartarone, mas creio que o fato de sermos do mesmo clube (Fluminense) e treinarmos constantemente juntos tenha me ajudado a realizar uma partida melhor, já que conheço bem o estilo de jogo dele.

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3 – E seu desempenho no Brasileiro? Foram 17 vitórias, 2 empates e 5 derrotas. Fale sobre a sua campanha.
Acredito que eu tenha feito uma ótima campanha, principalmente nas fases iniciais, onde cada ponto importa demais. Foram esses pontos que me garantiram a vantagem do empate nas oitavas de final da Série Ouro. Sem ela, eu não teria me classificado às fases seguintes (empatou em 3 a 3 com Lucas Mendonça, do Flamengo). Então, acredito que acima de tudo tenha sido uma campanha com muita constância.

4 – Além da final, quais foram os jogos mais difíceis? As fases eliminatórias, ao que parece, foram bem tensas, certo? Afinal, além de eliminar Lucas Mendonça, você passou por Victor Praça (América) e Alexandre Aires (Fluminense), com vitórias por 3 a 2 em ambos os duelos, antes de encarar Quartarone na decisão…
Todos os jogos das fases eliminatórias foram os mais difíceis, em todo jogo foi pura tensão até o último momento. Qualquer pequeno erro poderia alterar o resultado.

5 – Uma competição de tamanha importância exige não só técnica, mas concentração e mentalidade forte. Como você alia tais características?
Ambas, técnica e mentalidade, devem caminhar lado a lado em uma competição como essa. A chave para a conquista deste título foi justamente a concentração e a calma que consegui manter em todos os jogos. Já a parte técnica é apenas um resultado de treinar constantemente durante anos.

6 – Aliás, você é conhecido pela frieza antes e durante os jogos. Como foi sua preparação para o Brasileiro tanto técnica quanto mentalmente?
Confesso que não joguei muito antes de ir para Porto Alegre. A última vez que tinha jogado havia sido na quarta-feira anterior, no Scudeto do Fluminense, nas Laranjeiras. Mentalmente, creio que o que mais me ajudou foi não me preocupar muito com o campeonato e apenas curtir os momentos na capital gaúcha.

Imagem: Diretoria Dadinho Fefumerj

7 – Ao todo, foram quase 140 botonistas lutando pelo título. Como você avalia a nível da competição?
Nível altíssimo, mesmo nas fases iniciais, onde alguns adversários sempre conseguiam surpreender, exigindo foco total em todos os jogos. É um campeonato muito complicado e difícil, acima de tudo pela grande quantidade de partidas.

8 – Você tem alguma história curiosa para nos revelar durante o Brasileiro, algo inusitado?
Agora, no momento, não consigo pensar em nada especificamente.

9 – Mas, antes do Brasileiro, houve um episódio “premonitório” do pessoal do Avaí (SC) sobre sua conquista, que falaram que você seria campeão brasileiro, algo relacionado a um extintor de incêndio, certo?
Isso foi após a Copa do Brasil deste ano, em Blumenau (SC). Eu e meu pai ficamos em Santa Catarina por mais um tempo e fomos convidados pelo pessoal do Avaí para jogar a liga desterro, um campeonato descontraído, apenas para se divertir. Ao final da competição, de pontos corridos, eu terminei em primeiro lugar e o troféu foi um extintor de incêndio…

10 – O Fluminense, aliás, fez bonito, e, além da final entre você e Quartarone, foi campeão da Série Prata (Bandini) e vice na Bronze (Marcelo Mendes). Como vê o desempenho do seu clube de coração no Brasileiro?
Foi um desempenho espetacular. Na Bronze quase conseguimos o título, na Prata o título veio e na Ouro, não só o primeiro lugar foi do Tricolor, como também a segunda e a terceira colocações, com o Alexandre Aires fechando o pódio somente com atletas do Time de Guerreiros.

Imagem: Diretoria Dadinho CBFM

11 – Após sua conquista, seu pai, JJ, que também é atleta do Fluminense, ficou emocionado e não conteve as lágrimas. Como foi ter dado essa alegria a ele? Foi ele que te inseriu no futebol de mesa?
Foi sensacional e inesquecível receber o abraço do meu pai após o título, nada melhor do que comemorar com a família. Na realidade fui eu quem o incentivou a voltar a jogar o futebol de mesa depois que descobri a existência do esporte. Fiquei empolgado para começar a jogar.

12 – Você dedica essa conquista a alguém?
Com certeza. Dedico aos meus pais que sempre me incentivaram e incentivam no esporte, sem eles nada disso seria possível.

13 – O que representa o futebol de mesa para você? Ano que vem e, Recife (PE), vem o bi?
O futebol de mesa, para mim, ao mesmo tempo que é um hobby, também é uma terapia. Ele me faz esquecer de todos os problemas e gera momentos de diversão, além de ser responsável por me fazer conhecer meus melhores amigos. Para ano que vem, será muito difícil, mas com certeza vou me esforçar para tentar conquistar o bi.

Texto: Alysson Cardinali | Diretor de Comunicação Dadinho | FEFUMERJ