AMIGOS E CRAQUES — DENTRO E FORA DAS MESAS

Imagem: Diretoria Fefumerj Dadinho

Poucos clubes podem ser dar ao luxo de contar com o talento de jovens tão promissores no futebol de mesa do Rio de Janeiro. O America é um deles. Orgulhosamente vestidos com a camisa rubra, José Augusto e Gabriel Cataldo foram os protagonistas da etapa de junho do Estadual Individual e fizeram bonito entre os marmanjos que disputam a categoria adulto. Após terem superado craques da grandeza de Bandini, Quartarone, Aires e Ronald, entre outros, os dois garotos, de apenas 19 anos, disputaram uma final de tirar o fôlego, dia 20, no salão do Club Municipal. Mesmo com a vantagem do empate, José Augusto fez um primeiro tempo de Almanaque e abriu 4 a 0 no placar. Após o intervalo, Gabriel Cataldo mostrou poder de reação e fez três gols, mas viu seu amigo de infância fechar o jogo em 5 a 3 e faturar seu primeiro título na principal categoria da competição. Fomos ouvi-los sobre suas impressões deste jogaço, a amizade entre eles e, em um bate papo descontraído, saber como surgiu essa relação que rende frutos ao ‘Mecão’ dentro e fora das mesas.

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José Augusto, o que significou para você essa inédita conquista de um título da categoria adulto do Estadual?
Foi um título muito importante para mim, pois era uma das metas que sempre tive no futebol de mesa e que eu vinha buscando há muito tempo. Sempre tive o sonho de ganhar uma etapa na categoria adulto, por mais que eu tenha ganhado várias na Sub-18. O título na adulto sempre foi um sonho. Foi importante também porque mostrou uma evolução minha em todos os quesitos. Eu já havia chegado a uma final, em janeiro de 2023, contra o Ronald, só que perdi o título. Empatamos em 6 a 6 na final. Ainda tive o tem-chute e perdi, fiquei bastante triste. Então, ser campeão agora foi muito importante para mim.

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Gabriel, como foi fazer a final com o Zé Augusto e o que significou esse vice-campeonato?
Sem palavras. Foi muito significativo fazer essa final com um amigo de longa data e ainda mais como companheiros de equipe. Ele começou muito bem, o primeiro tempo foi só dele. Não consegui arrumar boas chances nesse período. Mas, na segunda etapa, obtive mais sucesso nas jogadas e nos chutes, porém, não dava mais tempo, ainda mais por conta da vantagem, que era dele. A vitória e o título do Zé Augusto foram merecidos. Fico feliz por conseguir disputar mais uma final este ano, apesar de não ter conseguido o almejado título nas duas ocasiões.

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José Augusto, como foi fazer a final com o Gabriel, seu amigo de America?
Foi muito difícil. A gente realmente é muito amigo. Apesar de eu ter vencido, fico um pouco chateado porque eu também sei como é difícil perder uma final. O Gabriel já chegou em algumas finais de etapas consecutivas e perdeu todas. Foi muito bom ter sido campeão, mas doeu no coração por ter sido contra um amigo tão próximo e que ainda não conseguiu esse título.

Me diga qual foi o jogo mais difícil. Como avalia sua campanha, José?
Meu jogo mais difícil foi contra o Matoso (River), nas oitavas de final. Foi um 0 a 0 em que não consegui jogar. Foi realmente o mais difícil, um jogo bem truncado, complicadíssimo. Ia à frente e não fazia o gol… Ele ainda teve o tem-chute e acertou a trave. Foi mais uma sorte de campeão. Avalio minha campanha como muito boa. Tive dez vitorias e três empates, não perdi nenhum jogo, fiz uma média de quase quatro gols por partida. Não foi uma campanha perfeita (teria que ter ganhado todos os jogos), mas foi invicta. Gostei muito dela.

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Após esta conquista, o que você espera em um futuro próximo?
O meu sonho é ganhar um Campeonato Brasileiro. Este é um sonho que eu realmente tenho, Ano passado acabei chegando em quarto lugar, por infelicidade não consegui disputar a final, pois perdi por 1 a 0 para o Belga (Flamengo), mas penso em ser um dos melhores. Na minha cabeça, acredito que posso chegar lá e, com treino e muito esforço, possa conseguir este título. Conquistar a etapa do Estadual pela primeira vez também foi importante por isso.

E como começou sua a amizade com o Gabriel?
Nossa, a gente se conhece desde pequeno, muito pequeno mesmo, quando meu pai e o Régis (pai do Gabriel) jogavam na Confraria, que era na regra 8 x 2. Aí, um dia fomos jogar lá e, desde então, ficamos amigos. Meu pai e o Regis ficaram muito amigos, começaram a frequentar aniversários e tudo mais… Eu e o Gabriel temos essa amizade desde pequenos, desde 8 anos de idade. O Gabriel é como se fosse um irmão para mim, gosto muito dele, nossa amizade é muito forte, tanto na mesa, dentro do botão quanto fora do botão. Temos uma amizade que espero levar para a vida toda.

Imagem: Diretoria Fefumerj Dadinho

Gabriel, o que representa para você a amizade com o José Augusto?
Bem, meu pai já era muito amigo do pai dele, o João Carlos. A amizade se construiu naturalmente, com nossos pais e a gente se encontrando. Hoje, a nossa amizade representa para mim algo muito importante, inclusive para o futebol de mesa e para o nosso time, pois nós dois crescemos muito, jogando juntos ou como dois oponentes. Fora das mesas, não só ele, a equipe inteira do America, todos são como irmãos para mim, é uma união, um companheirismo tão forte que eu nunca conseguiria explicar somente com palavras.

O America agradece. Afinal, amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito. Ganhando ou perdendo…

Texto: Alysson Cardinali | Diretor de Comunicação Dadinho | FEFUMERJ