SECTORBALL – ESCLARECENDO DÚVIDAS

P.: O que, afinal, é o Sectorball?

R.: O Sectorball é a modalidade européia de Futebol de Mesa mais difundida internacionalmente, na atualidade, e que foi adotada no Brasil com o intuito de difundirmos também uma modalidade brasileira no continente europeu, o que já ocorreu com a realização do I Campeonato Europeu de Futebol de Mesa na modalidade Bola 12 Toques. Vale salientar que a modalidade européia é muito próxima das modalidades Disco 1 Toque e Bola 3 Toques praticadas há muito no Brasil.

P.: Onde conseguir material para Sectorball? Balizas, bolas, times e etc?

R.: Como os botões possuem medidas características, utilizamos material importado da Europa, pois os fabricantes brasileiros ainda estão adaptando-se. Enquanto isso, qualquer botão de qualquer modalidade, desde que dentro das medidas máximas exigidas pelo Sectorball, podem ser usados de maneira bem satisfatória. E, durante o próximo Campeonato Brasileiro, teremos à disposição dos interessados times oficiais da modalidade à venda, trazidos diretamente da Hungria por Horváth Imre, Presidente da ISBF (International Sectorball Federation), que estará presente. Apesar de importados, os preços dos times de Sectorball são variados, mas regulam com os dos times brasileiros e, em muitos casos, até bem mais baratos!

P.: Mesmo assim o Sectorball está crescendo no Brasil?

R.: Sim. Através de um convênio firmado em 2009, entre a CBFM e a ISBF (International Sectorball Federation, com sede na Hungria), vem expandindo-se rapidamente no Brasil que, após ter participado dos dois últimos, sediará, em 2012, o próximo Campeonato Mundial.

P.: Como está se dando este crescimento?

R.: Com o aval da CBFM, a FEFUMERJ foi a primeira Federação brasileira a adotar oficialmente a prática da modalidade, sendo Bangu e Vasco da Gama os clubes pioneiros, grandes incentivadores e responsáveis pela popularização desta modalidade internacional no Brasil, tendo a Portuguesa Carioca e o Clube Ginástico recentemente unido-se a eles nesta empreitada.

P.: A FEFUMERJ realizou uma temporada completa? Então já temos oficialmente os primeiros campeões de Sectorball no Brasil?

R.: Sim. Em 2010 a FEFUMERJ oficialmente realizou sua primeira temporada completa, com 6 eventos: o Campeonato Estadual Individual, disputado em 4 etapas e vencido por Weber Gomes (atleta do Vasco da Gama), o Campeonato Estadual de Duplas, conquistado por Lauro Couto e Marcelo Coutinho (dupla do Bangu) e o Campeonato Estadual de Clubes, onde o Vasco da Gama foi o campeão. Este mesmo calendário será repetido este ano, já com o ingresso de novos clubes e atletas.

P.: Qual a expectativa para este primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade?

R.: Este será o primeiro grande evento de Sectorball fora da Europa e a expectativa é de que seja um grande sucesso e um marco histórico, com a participação de botonistas de todas as modalidades! Para se ter uma idéia, será uma ocasião tão importante para o Futebol de Mesa, no geral, que tanto Jorge Farah, Presidente da CBFM, quanto o húngaro Horváth Imre, Presidente da ISBF (International Sectorball Federation), estarão presentes, acompanhando e prestigiando este momento histórico do nosso esporte.

P.: E o Campeonato acontecerá no Rio de Janeiro?

R.: Sim. Justamente por já estar a mais tempo jogando a modalidade, o Rio hoje é o estado melhor equipado para receber a competição, que será no Estádio de São Januário, pertencente ao Club de Regatas Vasco da Gama, nas instalações do Departamento de Futebol de Mesa do clube, nos dias 02 e 03 de Julho.

P.: Qualquer botonista poderá participar?

R.: Não. É um evento oficial e, por determinação da CBFM, somente poderão participar clubes e atletas Federados em seus respectivos estados, independente da modalidade a qual se dediquem.

P.: A participação será gratuita?

R.: Gostaríamos muito, mas infelizmente não, embora tenhamos conseguido manter o custo o mais baixo possível. Com apenas R$ 40,00 de inscrição o atleta poderá, na verdade, participar de três competições, pois o Campeonato será disputado em três categorias diferentes.

P.: E quais serão estas categorias?

R.: Além das competições por Clubes e Individual, teremos ainda a disputa por Duplas, uma tradição na modalidade.

P.: Como acontece esse jogo de Duplas?

R.: Exatamente da mesma maneira que jogamos Sinuca, no Brasil, com um jogador de cada Dupla alternando-se, conforme muda a posse de bola. O mais legal é que as Duplas podem conversar constantemente entre si durante a partida, inclusive quando um dos seus componentes vai jogar. É bem divertido.

P.: As Regras do Sectorball, de fato, parecem possuir características bem interessantes. Eles já estão disponíveis em português?

R.: Como originário do Leste Europeu, as Regras do Sectorball disponíveis infelizmente ainda estão em húngaro, romeno e etc, sendo que os botonistas brasileiros que a praticam aprenderam na prática, tanto no intercâmbio em viagens à Europa, para participar de dois Campeonatos Mundiais, quanto recebendo nossos companheiros europeus no Brasil e, sobretudo, pela realização de uma temporada completa da modalidade (6 eventos) pela FEFUMERJ (Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro).

P.: Mas já não se tornaria necessária uma versão traduzida?

R.: Sem dúvida! Com a expansão internacional da modalidade, a própria ISBF (International Sectorball Federation) sentiu a necessidade da tradução da Regra para outros idiomas, entre eles, obviamente, o português. Este trabalho já foi iniciado mas, contudo, é demorado. A tradução final nos havia sido prometida ser entregue em Abril mas, infelizmente, sofreu um pequeno atraso, alheio a nossa vontade. Esperamos que nos próximos dias, com a chegada ao Brasil de Horváth Imre, Presidente da ISBF, já a tenhamos completa.

P.: Enquanto isso não há nada para orientar os botonistas de fora do Rio de Janeiro, que não tiveram ainda um contato mais próximo com a modalidade?

R.: Temos sim. Existe uma versão resumida, que nós mesmos fizemos na FEFUMERJ, e que está disponível para download AQUI. Ainda é um material provisório e não-oficial, que fique claro, mas é o que temos, por enquanto.

P.: De qualquer modo, é possível alguma explanação básica, talvez comparando o Sectorball às modalidades brasileiras, para tirar as principais dúvidas e satisfazer a curiosidade?

R.: Sim, é possível, pois o Sectorball guarda enormes semelhanças principalmente às modalidades Disco 1 Toque, Gaúcha e Bola 3 Toques e os pontos básicos seriam:

– Campo:

O campo mede 1,20m x 1,80m (o mesmo tamanho das mesas utilizadas pelas modalidades 12 Toques / Dadinho / Pastilha, além da “Gaúcha”, porém menor que as mesas de Disco e 3 Toques).

– Balizas:

As balizas possuem 5cm de altura, por 13cm de largura e 8cm de profundidade (praticamente do mesmo tamanho das balizas de 12 Toques, um pouco menores que as balizas do “Disco”, ou mais altas que as balizas “Gaúchas” e de 3 Toques ou, ainda, mais estreitas que as balizas de Dadinho e Pastilha).

– Botões:

Já os botões possuem medidas mais características, sendo as máximas 5cm de diâmetro por 2cm de altura. Uma peculiaridade interessante desta modalidade é que o goleiro não é um paralelogramo, mas um outro botão, apenas um pouco maior (2,5cm de altura) que, inclusive, pode ser acionado para jogar-se, assim como os demais botões.

– Bola:

A bola é “achatada”, plana, e mede 1,3cm de diâmetro por 0,2cm de altura, lembrando visualmente um “comprimido”, muito semelhante à modalidade carioca conhecida por “Pastilha”.

P.: Qual é o tempo de duração do jogo?

R.: A partida é disputada em dois tempos de 13 minutos, com 2 minutos de intervalo, ou seja, bem no meio entre uma partida de 12 Toques ou Pastilha, que utilizam tempos de 10 minutos, e uma partida de Regra Gaúcha, cujos tempos são de 15 minutos. Neste ponto diferencia-se mais apenas do Disco e do 3 Toques, cujos tempos são de 25 minutos, e do Dadinho, que utiliza tempos de apenas 7 minutos.

P.: E como desenvolve-se o jogo em si?

R.: Cada jogador tem direito a um lance apenas, como no Disco ou na “Gaúcha”, porém ganha mais outro lance cada vez que realiza um “sector”, mais ou menos como na 3 Toques… A diferença é que nesta modalidade tem de se caracterizar um “passe”, ou seja, a bola bater no botão, o que não é necessário para se configurar o “sector”.

P.: E o que é esse sector?

R.: Chama-se “sector” cada vez que um jogador consegue colocar a bola próxima a outro botão seu, dentro de uma área imaginária de 4,5cm (levando-se em consideração sempre a direção do gol), medida por uma peça chamada “sectômetro” que, basicamente, é o mesmo que o conhecido “palmômetro”, utilizado pela modalidade 3 Toques. A cada “sector” conseguido, ganha-se nova jogada, caso contrário, a vez passa para o adversário.

P.: Então a única forma de avançar é realizando sectors sucessivos?

R.: Não. Quando atuando em seu campo defensivo, é possível utilizar-se o critério conhecido por “proximidade”: tenta-se o “sector” e, não se conseguindo, mede-se a distância dos jogadores à bola, que pertencerá ao time que tiver o jogador mais próximo. Porém, após beneficiar-se do critério da “proximidade”, o jogador terá apenas mais um lance, mesmo que realize um “sector”.

P.: E porque o goleiro é um botão, e não retangular, como os goleiros brasileiros?

R.: É porque, se necessário, o goleiro pode atuar como um botão e jogar normalmente (inclusive marcando gols) porém, quando isso acontece e ele sai da área, somente poderá retornar ao gol caso a bola saia de campo (nesse caso ele retorna automaticamente) ou se o jogador “abrir mão” da sua vez de jogar, trocando-a pelo retorno do goleiro. Caso nenhuma das duas situações ocorram e seja pedido um chute a gol com o goleiro fora da área, este será realizado com o gol vazio!

P.: Então estas são as únicas diferenças para as modalidades brasileiras?

R.: Sim. Basicamente estas são as diferenças principais e, no demais, o jogo é o mesmo que jogado no Brasil, seja em que modalidade for.

P.: Qual poderia ser considerado o grande diferencial do Sectorball? A adaptação é fácil aos botonistas brasileiros?

R.: Sim e aos adeptos de qualquer modalidade! As grandes características do Sectorball são a precisão e a estratégia e, precisamente por isso, os praticantes de Disco vem-se adaptando rapidamente e muito bem à modalidade. Acreditamos que o mesmo aconteça, pela similaridade, com os adeptos da Regra Gaúcha e do 3 Toques.

P.: Mas não é meio complicado?

R.: Em absoluto, pelo contrário! O que parece meio “complicado” à uma primeira leitura, torna-se extremamente muito simples, quando visto na prática e, por este motivo, antes do Brasileiro, no sábado pela manhã, realizaremos um Workshop onde todas as dúvidas serão sanadas e faremos a demonstração do jogo, sob a supervisão e orientação do próprio Presidente da Federação Internacional.

P.: Enquanto o Workshop não chega, existe algum lugar onde as pessoas que não moram no Rio de Janeiro possam ver partidas de Sectorball acontecendo?

R.: Sim. Alguns vídeos bastante interessantes estão disponíveis em nosso canal no YouTube: http://www.youtube.com/user/FEFUMERJ.