MORRE DARTANHÃ, FICA UMA DAS MAIS BONITAS HISTÓRIAS DO FUTMESA
Foi no Grupo de WhatsApp do Bávaro Cavador que recebemos a triste notícia do falecimento de Dartanhã. Roberto Dartanhã Costa Melo será sempre uma grande parte da história do botonismo brasileiro, pois junto com Adhemar Carvalho e Nelson Carvalho (que também já não se encontram entre nós), Oldemar Seixas, Gilberto Ghizi e Adauto Sambaquy, foi um dos criadores em 1967 da regra brasileira, um pioneiro.
E neste momento, foi justamente a um deles, parceiro de longa data e colaborador, que fomos pedir um texto para Dartanhã. Mesmo abalado, Sambaquy não se furtou e nos enviou uma homenagem ao velho amigo. A Regra Brasileira neste 2017 completa 50 Anos, e perde uma de suas principais inspirações e referências.
MINHA HOMENAGEM AO DARTANHÃ
por Adauto Celso Sambaquy
Meu querido amigo, partiste para junto dos amigos Adhemar e Nelson. Agora ninguém mais segura os baianos no Plano Superior.
Garanto que estão armando um triangular, mas, acredito que não vão conseguir, pois o Webber Seixas, o Fernando Contreiras, o Geraldo Holtz, o Orlando Nunes e tantos outros estarão esperando para iniciar um novo campeonato baiano, jogado com a unha.
Meu querido amigo, lembro com clareza que quando chegamos em Salvador, naquele quente janeiro de 1967, você foi um dos que nos convidou para um jantar em sua casa, mostrando a generosidade da culinária baiana. E lá estava toda a Liga Baiana.
Sua liderança era inconteste.
Juntos percorremos as ruas de Salvador, você nos mostrando as belezas de sua terra.
Nas várias noites em que passamos discutindo, ponto a ponto, os diversos artigos da regra, você era um dos que mais argumentava. Tinha ponderações atiladas sobre todos os assuntos.
A distância de nossas cidades sempre foi um empecilho para nossos encontros, mas, estivemos juntos em Salvador no primeiro Brasileiro.
Depois, no ano seguinte, quando você foi brilhantemente Campeão Brasileiro, em Recife, tive a honra de ser o árbitro da partida.
Tenho em minhas recordações ilustres, uma fita gravada, em que relatas a sua viagem a Jaguarão, quando me prometes que estarias em Brusque, mas por problemas não conseguiste chegar.
Nos encontramos novamente em Vitória, por ocasião do 6º Campeonato Brasileiro, em 1979, quando então, pela primeira vez jogamos oficialmente e empatamos. Era o resultado que eu necessitava para me classificar para a fase seguinte.
Depois disso, somente em 2012 voltamos a nos encontrar. E foram dias intensos de recordações e mensagens que deixamos aos novos praticantes do esporte que ajudamos a regularizar.
Você cumpriu com galhardia a sua missão. Por isso, meu amigo, vais tranquilo encontrar aqueles queridos amigos que estão no Reino do Senhor.
Você foi uma figura ímpar em todo o processo, não só da criação da regra, mas muito importante no reconhecimento do nosso esporte pelo CND, razão, pela qual seu nome nunca mais será esquecido.
És uma bandeira do futebol de mesa brasileiro.
Felizes daqueles que tiveram a honra e alegria de contar com a sua amizade.
Adeus Roberto Dartanhã Costa Melo e que sejas recebido pelo Pai Maior.