LUMIAR E SÃO PEDRO COMEÇAM A SE TORNAR POLOS DE FUTMESA

LUMIAR E SÃO PEDRO COMEÇAM A SE TORNAR POLOS DE FUTMESA

Lumiar, 5º distrito de Nova Friburgo, e São Pedro da Serra, 7º distrito, começam a se tornar polo de jogadores de futebol de mesa, neste ano de 2015. Futebol de mesa é a forma oficial, o movimento começou quando algumas pessoas descobriram entre amigos e conhecidos o gosto cultivado por elas de “jogar botão”. Foram encontros em que a surpresa foi se revelando, a partir da pergunta “Ué, você joga botão?”. As repostas positivas foram juntando pessoas em espaços cedidos pela Sociedade Musical Euterpe Lumiarense e pelo Colégio Estadual José Martins da Costa, em São Pedro.

O grupo de Lumiar é composto por pessoas cujas idades se distribuem entre os 13 e os 76 anos, com diferentes profissões e origens culturais, além de inclinar-se a aumentar, dadas as visitas comuns nos dias de jogos, terças, quintas e, às vezes, sábados. Em São Pedro, a prática começou antes, em 2014, estimulada por um inspetor de alunos e um professor de História, e o resultado é que reúne, hoje, perto de 30 jovens, em sua maior parte dos 6º, 7º e 8º anos. Há quem jogue em São Pedro e Lumiar.

O que começou como brincadeira ocasional foi tomando forma mais concreta. O primeiro passo foi definirem-se entre os jogadores quais regras deveriam adotar, pois há regra para jogos com pastilha, bola de feltro, ou dadinho. Acertado isto, torneios começaram a acontecer Recentemente, a Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro (FEFUMERJ) descobriu os grupos de São Pedro e Lumiar e começou a se aproximar. Emprestou mesas e times completos, além de se associar a projetos como “Futebol de mesa faz escola”, do colégio estadual de São Pedro.

As regras e a disciplina tática necessária para a realização dos jogos têm trazido resultados. Os jogos acontecem em um ambiente semelhante ao de um ritual, em que o tempo e o contexto sócio-histórico desaparecem. Os clubes de futebol são referências, assim como os grandes jogos são discutidos como mitos. Cada jogador dispõe de, pelo menos, um time de botões, que não passam de discos entre 4,5 cm e 6,0 cm de diâmetro, com, no máximo, 1,0 cm de altura. Cada botão tem, porém, personalidade própria, atribuída pelos jogadores. Às vezes, são representações de jogadores de futebol queridos e admirados, às vezes têm nomes exclusivos.

A recriação do mundo nesse lugar fora do tempo e do espaço, que são os torneios, com regras discutidas, aceitas e respeitadas pelo grupo, não deixa de trazer uma esperança para tempos melhores em meio a tantas crises.

Fonte: A Voz da Serra